Inicio esta pesquisa com a greve dos professores de 1988, porque foi
um importante episódio político da educação que ficou registrado
em minha memória infantil. Eu tinha apenas sete anos de idade e meus
pais trabalhavam em escola, de modo que esta greve nos afetou
fortemente. Lembro-me vivamente das muitas professoras acampadas, do
furor midiático, divulgando os protestos educacionais da época e da
dúvida diária se iríamos para a escola ou não.
O objetivo desta paralisação era o reajuste do piso salarial dos
professores que, de três salários mínimos, passara para dois. No
dia 30 de Agosto de 1988, houve o encontro dos núcleos regionais do
sindicato dos professores na Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro, e
uma passeata até a sede do governo, onde os professores foram
recebidos pela cavalaria da Polícia Militar com gás de pimenta e
bombas de efeito moral. Eram cerca de 30 mil pessoas, a maioria
mulheres e muitas menores de 18 anos, alunas do magistério que
acompanhavam os professores na paralisação. Gisele Schnorr,
professora da rede pública hoje, era aluna do magistério na ocasião
e conta que a ação dos policiais foi violenta. Gisele considera que
a manifestação foi consequência da falta de diálogo com o
governo.
Como proveito desse exemplo ocorrido há 25 anos, acho que um novo
protesto deve ser baseado em organização, consciência política e
diálogo com as autoridades governamentais. Devemos seguir
pesquisando para a construção de um eficaz movimento que
reivindique melhores salários aos professores.
Fonte da pesquisa:
Wagner Vaneski, "Professores relembram 20 anos do 30 de agosto".
Jornal Comunicação. Disponível em
<http://www.jornalcomunicacao.ufpr.br/materia-4670.html> Acesso
em: 20/03/2013.
A situação dos professores parece que parou no tempo, a situação continua a mesma, no final da pesquisa fala em um novo protesto baseado em organização e principalmente em diálogo com as autoridades. É assim que deve ser, é algo que não vai mudar da noite para o dia, mas nó como professores não podemos ficar calado, devemos gritar para que a sociedade saiba da situação precária dos salários baixos.
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