quinta-feira, 21 de março de 2013

A greve de 1988


Inicio esta pesquisa com a greve dos professores de 1988, porque foi um importante episódio político da educação que ficou registrado em minha memória infantil. Eu tinha apenas sete anos de idade e meus pais trabalhavam em escola, de modo que esta greve nos afetou fortemente. Lembro-me vivamente das muitas professoras acampadas, do furor midiático, divulgando os protestos educacionais da época e da dúvida diária se iríamos para a escola ou não.
O objetivo desta paralisação era o reajuste do piso salarial dos professores que, de três salários mínimos, passara para dois. No dia 30 de Agosto de 1988, houve o encontro dos núcleos regionais do sindicato dos professores na Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro, e uma passeata até a sede do governo, onde os professores foram recebidos pela cavalaria da Polícia Militar com gás de pimenta e bombas de efeito moral. Eram cerca de 30 mil pessoas, a maioria mulheres e muitas menores de 18 anos, alunas do magistério que acompanhavam os professores na paralisação. Gisele Schnorr, professora da rede pública hoje, era aluna do magistério na ocasião e conta que a ação dos policiais foi violenta. Gisele considera que a manifestação foi consequência da falta de diálogo com o governo.
Como proveito desse exemplo ocorrido há 25 anos, acho que um novo protesto deve ser baseado em organização, consciência política e diálogo com as autoridades governamentais. Devemos seguir pesquisando para a construção de um eficaz movimento que reivindique melhores salários aos professores.

Fonte da pesquisa: 
Wagner Vaneski, "Professores relembram 20 anos do 30 de agosto". Jornal Comunicação. Disponível em <http://www.jornalcomunicacao.ufpr.br/materia-4670.html> Acesso em: 20/03/2013.

Um comentário:

  1. A situação dos professores parece que parou no tempo, a situação continua a mesma, no final da pesquisa fala em um novo protesto baseado em organização e principalmente em diálogo com as autoridades. É assim que deve ser, é algo que não vai mudar da noite para o dia, mas nó como professores não podemos ficar calado, devemos gritar para que a sociedade saiba da situação precária dos salários baixos.

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